Pensar mais uma vez sobre a utopia da modernidade é um compromisso atualizado do viver contemporâneo. O obscuro se aproxima no instante de cada pessoa. Há algo a caminho na vida de todo mundo. A tradição histórica assegura a existência de muitas utopias. Uma delas coloca em paralelo o progresso técnico com a garantia do bem-estar social em geral. O desenvolvimento das máquinas e do capitalismo daria provas de excelência para a satisfação das necessidades humanas. Não é isso o que se vê no início da terceira década do século 21. O neoliberalismo, a necropolítica e o negacionismo produzem marcas profundas na sociedade atual. O mito do progresso moderno, de acordo com a ciência, resultou na síndrome do esgotamento contemporâneo. Os mitos técnicos tendem a fracassar diante das evidências cotidianas.
Brasília completa 62 anos. A breve história da cidade testemunha a produção de variadas riquezas. Uma delas diz respeito à cena artística. Berço de algumas gerações, a capital do país começa a determinar uma possível assinatura, a partir da pesquisa de um sem-número de artistas, produtores de tesouros valiosos, compostos por suas obras e aquilo que elas suscitam em nós. A obra de arte é sempre um fenômeno social. Há trabalhos com as mais variadas acepções da linguagem. A contemporaneidade amplia os aspectos costumeiros das artes visuais. A expansão poética promove um pensamento crítico sobre campos complexos do viver. A produção prolifera uma miríade de objetos de arte. O artista é aquele que mantém o compromisso com a pesquisa na produção.
por
Carlos Lin
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